30/04/2025
Sono irregular, excesso de tarefas, falta de tempo para si e responsabilidade integral pelo bem-estar dos filhos. Quando essas condições se repetem dia após dia, muitas mães passam a experimentar um nível de estresse tão alto que afeta não só a saúde mental, mas também o relacionamento com os próprios filhos. Esse desgaste emocional, muitas vezes naturalizado ou ignorado, pode se transformar em um ciclo silencioso de esgotamento e distanciamento afetivo.
O termo "Mommy Burnout" vem sendo cada vez mais usado para descrever esse esgotamento crônico ligado à maternidade. A mãe que vive esse processo geralmente tenta manter o controle de tudo: casa, trabalho, rotina dos filhos, vida social e emocional. Ao não conseguir atender a todas essas exigências com perfeição, se sente culpada e ainda mais sobrecarregada. Essa sobrecarga constante gera irritabilidade, desânimo, dificuldade de concentração e, em alguns casos, sintomas físicos como dores, insônia e fadiga intensa.
A relação com os filhos também é impactada. Quando o nível de estresse está elevado, a paciência diminui, a escuta se enfraquece e os momentos de conexão afetiva se tornam mais raros. Isso não significa falta de amor, mas sim uma resposta natural de um organismo sobrecarregado. Crianças que convivem com mães emocionalmente exaustas podem apresentar comportamentos mais desafiadores, aumentando ainda mais a tensão dentro de casa.
“O estresse constante interfere diretamente na forma como a mãe enxerga a maternidade e se relaciona com os filhos. É por isso que cuidar da saúde emocional deve ser visto como prioridade, não como luxo”, afirma Melissa Nascimento, coordenadora do Fundamental 1 do Colégio Anglo Urubici, de Camboriú (SC).
Uma das estratégias mais eficazes para aliviar o estresse é dividir as responsabilidades. O cuidado com os filhos deve ser compartilhado sempre que possível. Conversas honestas com o(a) companheiro(a), delegar tarefas domésticas e aceitar ajuda de familiares ou amigos são atitudes que trazem alívio imediato. A prática de atividades que promovam bem-estar — como caminhadas, meditação, leitura ou momentos de silêncio — também é essencial. “É preciso desmistificar a ideia de que boas mães aguentam tudo sem reclamar. Equilíbrio se constrói com acolhimento e rede de apoio”, complementa Melissa.
O acompanhamento psicológico pode ser um aliado valioso. Com a orientação adequada, muitas mães conseguem compreender melhor os próprios limites, lidar com a culpa e aprender a valorizar pequenas pausas como forma de autocuidado. Esse processo não é apenas benéfico para a mulher, mas também transforma positivamente o ambiente familiar.
Para saber mais sobre dores que as mães sentem, visite https://leiturinha.com.br/blog/mommy-burnout-o-esgotamento-de-maes-sobrecarregadas/ e https://drauziovarella.uol.com.br/mulher/os-cuidados-com-a-saude-mental-das-maes-precisam-acontecer-desde-a-gestacao/