08/11/2024
Durante a infância, o medo surge como uma reação natural e saudável, sendo um importante mecanismo de defesa que ajuda as crianças a lidarem com o desconhecido e a perceberem situações de possível perigo. No entanto, em algumas fases, esses medos podem se tornar mais intensos, o que muitas vezes preocupa os pais.
“Entender os momentos em que os medos se manifestam é essencial para que os pais ofereçam o suporte adequado”, afirma Vanessa Mello, supervisora pedagógica do Colégio Anglo Urubici, em Camboriú (SC). Ela também destaca que é necessário reconhecer quando o medo ultrapassa os limites normais e começa a impactar o bem-estar da criança.
Nos primeiros anos de vida, os medos mais comuns envolvem a separação dos pais e o contato com pessoas desconhecidas. À medida que crescem, entre os dois e três anos, as crianças podem desenvolver receio de estímulos como barulhos altos e o escuro, pois são experiências sensoriais que ainda estão assimilando. Já dos quatro aos seis anos, os medos começam a incluir figuras imaginárias, como monstros, fantasmas ou criaturas fantásticas, reflexo de sua crescente imaginação. Em crianças mais velhas, entre sete e dez anos, as preocupações tornam-se mais concretas, como o medo da morte de entes queridos ou de acidentes, refletindo uma compreensão mais realista do mundo.
O impacto desses medos, quando em excesso, pode interferir nas atividades do dia a dia, afetando o humor, o sono e até mesmo o desempenho escolar. A supervisora Vanessa Mello ressalta: “Os pais podem ajudar muito ao validar esses medos, escutando e incentivando a criança a falar sobre o que a incomoda.” Esse diálogo aberto permite que a criança se sinta compreendida e menos ansiosa.
Algumas estratégias para ajudar a lidar com esses medos incluem a exposição gradual e controlada a situações que provocam receio, o que permite à criança enfrentar seus medos de forma segura e progressiva. Histórias e livros que abordam o medo também são ferramentas valiosas, pois trazem personagens que superam desafios, inspirando a criança a desenvolver coragem. Outras técnicas, como respiração profunda e meditação, ajudam a controlar a ansiedade e podem ser apresentadas de maneira lúdica, para facilitar a compreensão e o interesse da criança.
Quando o medo é extremo e interfere na rotina, causando sofrimento emocional ou limitando as interações sociais, pode ser necessário procurar um psicólogo infantil. Profissionais especializados podem ajudar a criança a trabalhar com técnicas específicas, como a terapia cognitivo-comportamental, que é bastante eficaz para ajudar as crianças a enfrentar seus medos, reorganizando pensamentos e promovendo uma exposição gradual aos estímulos temidos. Para saber mais sobre medo infantil, visite https://leiturinha.com.br/blog/medo-alem-do-normal/ e https://www.vittude.com/blog/medo-infantil-como-trabalhar-psicologo/